O Benelux, cujo nome é formado pelas primeiras letras que compõem os nomes dos países membros, é uma parceria intergovernamental da qual participaram três Estados europeus: Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Sua missão oficial é “promover a prosperidade e o bem-estar dos cidadãos da Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.” Foi criado em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de aprofundar a cooperação e a integração econômica. A princípio apenas uma união aduaneira, foi se aprofundando e ganhando mais fases ao longo do tempo.

O bloco surgiu na contramão do nacionalismo que era até então prevalente na Europa, buscando a integração como um ideal alternativo a este que acabou resultando na ascensão do nazifascismo e levou o continente à guerra. Os governos em exílio destes países, que se encontravam sob ocupação alemã, se reuniram com o propósito de fomentar a cooperação e o diálogo, que por motivos geográficos, já possuíam interesses econômicos em comum. Em 1943, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo assinaram o Acordo Monetário no Exílio, com o objetivo de regular transações de pagamento e fortalecer as relações econômicas. Em 1944, a união aduaneira foi estabelecida por acordo, entrando em vigor em 1948, criando uma área de livre comércio com tarifa externa comum. Foi o mais ambicioso projeto de integração até então, e seu sucesso incentivou a criação de outros projetos de maior escala no continente, como a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, da qual também participaram os três membros do Benelux e que eventualmente viria a dar lugar à União Europeia.

Em 1958, o Tratado do Benelux estabeleceu a União Econômica Benelux, aprofundando o processo de integração e cooperação econômica. Seus principais objetivos eram implementar a livre circulação de pessoas, bens, capitais e serviços, a coordenação da política econômica, financeira e social e uma política comercial em comum com países externos ao bloco. O tratado teria duração de 50 anos e foi renovado em 2008, entrando em vigor a partir de 2012 com algumas mudanças que buscavam refletir as transformações que ocorreram no bloco nestas últimas décadas. O nome foi alterado para União Benelux e seus principais objetivos foram a continuidade da cooperação interna, servindo como área de testes para a cooperação europeia, e expansão da cooperação externa. A cooperação teria foco nos seguintes temas: mercado interno e união econômica, desenvolvimento sustentável, justiça e assuntos internos. A estrutura do bloco também foi simplificada, com uma redução no número de instituições.

Atualmente, o bloco possui cinco instituições. O Comitê de Ministros é o órgão com maior autoridade, sendo o principal responsável pela tomada de decisões. Sua presidência é rotativa, sendo exercida por cada membro pelo período de um ano. O Conselho do Benelux e o Secretariado-Geral trabalham sob o Comitê de Ministros, tendo como função facilitar as atividades do comitê e a cooperação, respectivamente. O Parlamento do Benelux é composto por 49 membros dos parlamentos dos três Estados-membros, cujas funções são informar e aconselhar os governos de seus países. A Corte de Justiça do Benelux tem como objetivo promover a igualdade na aplicação das regras do Benelux, com seus 9 membros escolhidos pelos juízes das mais altas cortes de cada país.

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Observatório de Regionalismo

O ODR (Observatório de Regionalismo) realiza entrevistas com autoridades em suas áreas de conhecimento e/ou atuação, lançando mão de diversas mídias à divulgação do material elaborado.