O Grupo dos 7, mais conhecido como G7, composto por 7 países bem sucedidos economicamente: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Japão, França, Reino Unido e Itália. Ele foi formado em 1975, a partir da iniciativa do então presidente da França, Valéry Giscard d’Estaing, de reunir informalmente as maiores economias da época. Desde então, anualmente estas reuniões ocorrem e são presididas por um dos países do grupo, na qual este estabelece objetivos para o grupo.
O G7 debate grandes questões de impactos internacionais como mudanças climáticas, investimento na infraestrutura mundial e questões temporárias, como foi feito com o enfrentamento da pandemia de Covid-19 no início da década de 2020. O grupo também organiza cúpulas temáticas que costumam ser realizadas ao longo de vários dias e que recebem participação de, além dos representantes de cada país que compõem o G7, representantes de países convidados pela presidência e organizações internacionais. O que ocorre também é a abertura do diálogo com a sociedade civil e outros atores relevantes de acordo com a agenda discutida.
O G7 não conta com uma representação formal, estrutura hierárquica ou algum tipo de organização em bloco, apesar disso o fórum possui grande influência internacional dado que constituem 40% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, 10% da população do planeta e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado. Dentre os valores presentes nos processos do grupo, destacam-se: democracia e livre mercado e sua estima pelos direitos humanos, liberdades fundamentais e direito internacional.
A iniciativa para a formação do G7 teve o “grupo da biblioteca” como precedente. Esse grupo foi fundado na década de 70 pelo então Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, George Shultz, e se tratava de reuniões entre os ministros das Finanças dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido. Esse grupo foi importante para a formação do G7 uma vez que tais reuniões aconteciam entre um seleto grupo de importantes países, os quais seus líderes podiam conversar informal e abertamente. Assim, o grupo emerge com o intuito de proporcionar um ambiente com ar coloquial de diálogo entre as principais economias democráticas liberais do mundo naquele momento, contudo, acaba por caracterizar-se como efetivador da nova ordem econômica internacional.
Portanto a partir de 1975 iniciam-se estes encontros com apenas 6 países, posto que o Canadá une-se ao grupo em 1976. Como a década de 1970 caracteriza-se por ser o período de fim da expansão do capitalismo mundial, as primeiras cúpulas tinham como pauta principal a inflação, bem como a relação desta com a taxa de desemprego, além de discutirem o proceder quanto ao consumo de petróleo e promover o livre comércio. O primeiro ciclo de cúpulas representa a transição do keynesianismo para o neoliberalismo. Com a Crise do Petróleo em 1979, observa-se mudanças na dinâmica do G7 no que se refere a uma postura modesta ao lidar com questões macroeconômicas e conceder mais autonomia ao mercado para conduzi-las. Ao longo da década de 1980, sobressaem-se questões voltadas para segurança internacional – tensão entre os blocos da Guerra Fria e Oriente Médio -, mas, ainda trata-se da fase de consolidação do neoliberalismo, frisando questões macroeconômicas e fomentando o livre comércio.
Ao final da década de 1980 e início da década de 1990, o fim da Guerra Fria e os processos de democratização/redemocratização ao redor do mundo são fatores influentes, o que volta as lentes focais para a Rússia. Ademais, as pautas econômicas pioneiras do grupo são marginalizadas, proporcionando novas discussões, especialmente relacionadas com temas políticos e ambientais, que, ao adotarem termos como “globalização”, demonstram abertura para dialogar com uma globalização neoliberal. Na cúpula de Nápoles, que ocorreu em 1994, nota-se alteração na postura diante da Rússia, sendo esta convidada para integrar o encontro pela primeira vez como participante efetivo e passa a integrar o sistema G7/8 de maneira oficial em 1998. O país encerrou suas atividades no grupo no ano de 2014, em razão de sanção aplicada pelos Estados Unidos em resposta à anexação da Península da Crimeia à Federação Russa.
Observa-se, portanto, a relevância do G7 no seu aspecto histórico. Assim, partindo para um contexto mais recente, a cúpula do G7 prossegue com encontros anuais em diferentes países, nos quais discutem os assuntos mais relevantes do âmbito internacional. Em 2021, ocorreu a 47.ª reunião de cúpula do G7 no Reino Unido. Na época havia um cenário global muito diferente e com outras pautas em curso como: a pandemia, as mudanças climáticas, a recuperação econômica e tributação de multinacionais. Buscou-se um discurso de reconstrução de caminhos e auxílio e projetos entre eles, assim problemas globais são restritos a uma solução pontual, o que se tornou pouco efetivo.
Recentemente, a 48.ª reunião de cúpula do G7 ocorreu entre os dias 26 e 28 de junho de 2022 sediado na Alemanha. Com isso, nas reuniões foram colocados em pauta temas como: a Guerra na Ucrânia, medidas de isolamento para a Rússia, crise alimentar, e crise energética. Com base nisso, alguns acontecimentos da cúpula chamam a atenção: Zelenski abriu a reunião do G7 pedindo mais elementos de defesa aérea para conter ataques russo. Além desse pedido houveram outros, mas que não foram atendidos naquele momento, como: mais sanções contra os russos no que tange ao teto do óleo russo. Contudo, em dezembro a União Europeia estabeleceu um teto máximo para o preço do petróleo russo e o G7 aderiu.
O Grupo dos 7 caracteriza-se como um fórum formado por sete países (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), os quais se reúnem anualmente para discutir questões do cenário global e coordenar políticas. Esses países representam algumas das maiores economias do mundo.

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Observatório de Regionalismo

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