O Acordo sobre Têxteis e Vestuário (ATV) foi criado como um caminho da Organização Mundial do Comércio (OMC) para estabelecer uma transição no comércio internacional da indústria têxtil e de vestuário, que abarca tecidos, roupas, produtos têxteis acabados, fibras e fios. O ATV foi negociado e promulgado na Rodada Uruguai, que reuniu diversos países para negociações acerca do comércio internacional, e teve o início de sua implantação em janeiro de 1995.

A criação dele baseou-se no objetivo de buscar a integração do setor têxtil e de vestuário ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), visando o fortalecimento e liberalização do comércio. Ele surgiu como uma alternativa a substituir gradualmente o Acordo de Multifibras, tendo em vista que, com o fim do antigo acordo, era necessária uma adaptação do mercado às mudanças. O Acordo de Multifibras esteve vigente entre 1974 e 1994, e impunha limites de cotas de exportação de países em desenvolvimento para países desenvolvidos; essa limitação tinha como justificativa o fato de que os países em desenvolvimento tinham um menor custo de mão de obra por conta de suas políticas sociais serem fracas, e também por ter muito mais mão de obra para esse tipo de serviço se comparado aos países desenvolvidos.

A implantação do ATV passou por quatro etapas durante os anos de 1995, 1998, 2002 e 2005, respectivamente e a diferença entre elas baseava-se na porcentagem de liberalização de importação permitida, havendo aumento nas porcentagens de cotas liberadas em cada etapa, supervisionadas pelo Textiles Monitoring Body (TMB). O acordo chegou ao fim em 2005, após sua última etapa de implementação e esperava-se que após o fim houvesse uma grande liberação na importação de exportação desses produtos. Porém, mesmo com o fim desse sistema de cotas, muitos países desenvolvidos encontraram outros meios de limitar as importações a fim de proteger a indústria nacional. Além disso, na mesma época do fim do acordo, os países desenvolvidos observaram uma desaceleração no crescimento econômico, o que afetou diretamente a importação de produtos têxteis e vestuário. Apesar das taxas de importações não aumentarem em proporções maiores do período em que o acordo estava vigente, foi constatado que houve uma grande variação entre os maiores exportadores, onde muitos aumentaram significativamente a taxa de exportação, enquanto outros tiveram uma grande queda nesse mesmo indicador. Dentre os que aumentaram as suas exportações, a maioria está localizada no Leste Asiático, conhecido por ter mão de obra barata em abundância. Em relação às taxas de importação foi observada uma diminuição nos países que se localizam na região ao redor dos Estados Unidos.

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Observatório de Regionalismo

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