O SICA (Sistema de Integração Centro-americano) foi criado em 13 de dezembro de 1991 pela Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Honduras e Panamá, por meio de uma Carta a Organização dos Estados Centro-Americanos (ODECA) depois conhecida como Protocolo de Tegucigalpa. Em 2000 e 2013, respectivamente, Belize e República Dominicana aderiram ao acordo. A sede da Secretaria Geral do SICA, encontra-se em El Salvador e é conhecida como Casa Centro-americana. O objetivo do bloco é de alcançar a integração regional da América Central para organizar uma região de paz, democracia, liberdade e desenvolvimento.
O SICA trabalha em torno de cinco pilares de Integração Regional: Segurança Democrática; Gestão de Risco e Mudanças Climáticas; Integração Social; Integração Econômica; e Fortalecimento Institucional. Para execução dos objetivos do Sistema, o bloco tem como órgão superior a Reunião de Presidentes.
Formada por representantes constitucionais de cada Estado membro, a Reunião de Presidentes é responsável pelas tomadas de decisão por consenso assim como pela responsabilidade de encaminhar e conhecer as especificidades de cada região. Na sequência, a Secretaria Geral tem como missão facilitar o funcionamento do bloco por meio da coordenação de sua institucionalidade e promoção de ações e projetos regionais. Ainda em sua estrutura principal, a SICA conta com o Conselho de Ministros de Relações Exteriores (responsável pela coordenação das decisões tomadas no âmbito de política internacional) e o Comitê Executivo (que tem como principal função articular os interesses nacionais e regionais para apoiar o desenvolvimento das decisões tomadas).
O órgão é o sucessor da ODECA, que foi criada em 1951, sendo um programa com agenda de integração econômica regional. Em 1960 houve estabelecimento de tratado geral de integração econômica e mercado comum centro-americano. Porém, a década de 1980 trouxe consigo conflitos armados na região, principalmente entre Guatemala, El Salvador e Nicarágua, o que representa um freio ao processo de integração. Nos anos de 1986 e 87, os acordos de Esquipulas institucionalizaram a paz, bem como impulsionaram a democracia na região. A partir destes acordos foi retomado processo político de integração, culminando na criação da SICA, pelo protocolo de Tegucigalpa. O órgão em 2021 completou 30 anos de existência, sendo um dos processos de integração mais exitosos do mundo, que conta com parcerias com entidades estrangeiras e países de diferentes regiões, incluindo Américas, Ásia e Europa.
Atualmente as iniciativas da SICA se concentram em seus pilares: No âmbito da Segurança Democrática, há ações de cooperação para investigação criminal a nível internacional, prevenção da violência e proteção contra violência de governos locais. Pela Gestão de Risco e Mudanças Climáticas, há acordos para uso de fontes energéticas geotérmicas, redução do uso de plásticos, proteção de ecossistemas regionais, além de cooperação com organismos externos como a NASA e o COP. Na Integração Social, há ações para compra conjunta de medicamentos, promoção de segurança alimentar (em especial nas áreas rurais), projetos regionais focados em populações afrodescendentes e povos originários, além do estabelecimento de observatórios nos temas de desenvolvimento social e migrações. Na Integração Econômica, há a união aduaneira, centro de estudos para integração econômica, centro de apoio para desenvolvimento de parcerias público-privadas, e estratégias conjuntas para o desenvolvimento do café, agricultura e zonas rurais, para o desenvolvimento do turismo. No âmbito do Fortalecimento Institucional, há a transformação funcional, que é a modelação do plano de desenvolvimento da América Central com base nos modelos da agenda 2030 da ONU.

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Observatório de Regionalismo

O ODR (Observatório de Regionalismo) realiza entrevistas com autoridades em suas áreas de conhecimento e/ou atuação, lançando mão de diversas mídias à divulgação do material elaborado.