A Comunidade dos Estados Latino Americanos e Caribenhos (CELAC) é um projeto de integração regional que possui vasta abrangência. Sua história iniciou-se em 2008, no âmbito da primeira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC). Naquele momento, o objetivo era estabelecer um processo de cooperação que englobasse toda a região latino-americana e caribenha. A CALC agregou, pela primeira vez, todos os 33 países da América Latina e Caribe, que nunca haviam se reunido a não ser dentro de grandes mecanismos de concertação internacional. Além disso, a CALC trouxe consigo a oportunidade da participação cubana em um mecanismo regional.

O Grupo Rio firmou-se na década de oitenta embasado na necessidade de diálogo político em prol da redemocratização e pacificação latino americana e contou com a participação de 24 países. Em comparação, a CALC foi responsável por maior amplitude participativa na busca pela reflexão acerca do desenvolvimento e formulação de uma agenda própria de interesses para a região. Em 2010, o México foi sede de ambas, a II CALC e a Cúpula do Grupo do Rio, sendo denominada a junção das duas de Cúpula da Unidade. No evento, foi aprovada a ideia de unir o Grupo do Rio e a CALC no marco de um único foro, chamado de Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Seu início ocorreu em 2011, em sua primeira reunião na Venezuela. A CELAC buscou, desde sua criação, expressividade em âmbito regional, emitindo importantes pronunciamentos sobre temas sensíveis, tanto na agenda da região, quanto nas agendas internacionais como, por exemplo, o bloqueio de Cuba, as mudanças climáticas, o desarmamento nuclear, entre outros tópicos. O bloco, inclusive, atuou por meio de intervenções conjuntas no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas.

A CELAC é considerada inovadora, pois além de todos os elementos já referidos, foi o primeiro bloco que reuniu os países latino americanos e caribenhos em torno da construção de um foro de diálogo e prospecção política para a região, o que foge ao desenho de estruturações cooperativas de base marcadamente econômica. Entretanto, apesar desta ser uma importante iniciativa, poucos avanços em seus objetivos gerais foram realizados desde sua criação. Seus membros são: Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Trinidade e Tobago, Uruguai e Venezuela.

Referências Bibliográficas:

ITAMARATY. Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos. Disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/689-comunidade-de-estados-latino-americanos-e-caribenhos >. Acesso em 20 de fevereiro de 2017.

SELA. Disponível em: < http://www.sela.org/ >. Acesso em 22 de fevereiro de 2017.

Escrito por

Maria Luísa Telarolli

Mestre em Relações Internacionais pelo Programa de Pós- Graduação UNESP, Unicamp e PUC-SP "San Tiago Dantas" e doutoranda em Geografia Humana pela USP. Pesquisa recursos hídricos, governança internacional e o Aquífero Guarani, mais especificamente,o Acordo do Aquífero Guarani no MERCOSUL. Além de ser membro do Observatório de Regionalismo, também é membro do Grupo de Estudos Interdisciplinares de Cultura e Desenvolvimento (GEICD) da UNESP/ FCLar, da Waterlat - Gobacit e do Grupo de Geografia Política e Meio Ambiente do Departamento de Geografia Humana da USP.