O velho regionalismo, também chamado de regionalismo fechado, é a primeira onda de iniciativas de integração regional, que se inicia na década de 1950 e termina na década de 1980, sendo sucedido pelo novo regionalismo. Essa primeira geração de regionalismos surgiu no Ocidente, especificamente na Europa, influenciada pelos resultados desastrosos da exacerbação dos nacionalismos e o contexto imediato do pós-Segunda Guerra Mundial, onde a integração regional entre os Estados era vista como benéfica em termos de alcançar paz e estabilidade. Paulatinamente os países da Europa Ocidental dedicaram-se à integração econômica em setores estratégicos, como o setor energético, que deram origem, por exemplo, à CECA e EURATOM, que posteriormente, ainda em 1957, uniram-se em torno da Comunidade Europeia.
Em termos teóricos, três foram as principais correntes de pensamento que buscaram compreender a relevância da integração regional na ocasião: federalistas; funcionalistas e neofuncionalistas. As três correntes voltaram-se a entender o quadro europeu e, por analisarem esse contexto sob uma ótica eurocêntrica, não foram suficientes para abarcar os fenômenos dos regionalismos dos países em desenvolvimento, cujos debates foram altamente influenciados pela tradição estruturalista.
As iniciativas de integração regional não se restringiram à Europa, e ocorreram simultaneamente na Ásia, África e América Latina. Contudo, as diferentes regiões, uma desenvolvida e outra em desenvolvimento, divergiam em seus objetivos finais. Enquanto os países desenvolvidos (Europa Ocidental e EUA) tinham como objetivo a manutenção da paz, tendo o aumento da interdependência econômica como uma ferramenta para esse objetivo, os países da periferia objetivavam o desenvolvimento econômico através da cooperação regional.
Na América Latina, o velho regionalismo foi fortemente influenciado pelos estudos de economistas cepalinos, que enxergavam na integração regional econômica uma alternativa para o desenvolvimento econômico e industrial, através do modelo substitutivo de importações.
Em meados da década de 1950, os países da América Latina passaram por problemas comerciais devido à baixa elasticidade dos preços dos bens primários, que configuravam a principal fonte de receita dos Estados da região, o que consequentemente diminuía o poder de compra de produtos manufaturados importados. A fim de diminuir então a dependência exclusiva da exportação de bens primários, importantes estudiosos da CEPAL, entre eles Raúl Prebisch — um dos principais nomes da teoria estruturalista – enxergavam na industrialização a saída para a diversificação econômica, financiada inicialmente com os recursos provenientes das exportações.
Além da industrialização através da substituição de importações, o modelo do velho regionalismo era essencialmente fechado, por incentivar através de medidas protecionistas o comércio regional, a fim de impulsionar a industrialização e a produção dos bens manufaturados da região. O desenvolvimento através desse método de integração regional seguiu até a década de 1970, mas foi duramente afetado desde a década de 1960 pelos problemas políticos causados pelos governos ditatoriais militares por toda a América Latina, até que já no início da década de 1980 foi interrompido devido à crise da dívida externa dos países latino-americanos.
O velho regionalismo também teve fim no restante do mundo na década de 1980, acompanhado da expectativa da queda do Muro de Berlim e do fim da dinâmica da Guerra Fria, que consequentemente resultou em uma nova dinâmica nas iniciativas e processos de integração regional.