A Comunidade Andina de Nações, mais conhecida como Comunidade Andina ou apenas a sigla CAN, é um bloco econômico latino americano que teve sua origem em 26 de Maio 1969 através do Acordo de Cartagena. Ela englobava os seguintes países: Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru, e até 1996 era conhecido como Pacto Andino.
A formação do bloco foi uma iniciativa do ex presidente do Chile Eduardo Frei Montalva, que enxergava as dificuldades de avanço na integração América Latina enfrentadas pela ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio), que não beneficiava os pequenos e médios países sul americanos, apresentando desigualdades entre esses e os grandes países, que teriam maiores influências no continente e suas organizações.
Como primeiro bloco latino americano de integração subregional, a Comunidade Andina surgiu com o objetivo de uma integração através de uma política de regionalismo fechado, que alcançaria um desenvolvimento abrangente, autônomo e equilibrado, ou seja, em condições de equidade entre os países formadores do bloco. Para isso a CAN visava acelerar o crescimento econômico, com a geração de empregos para a população dos países membros; facilitar a atuação dos países do bloco no processo de integração regional focando na formação de um mercado comum latinoamericano; reduzir a vulnerabilidade externa e melhorar as condições das nações membras na economia internacional; fortalecer a solidariedade subregional; reduzir as desigualdades no desenvolvimento de seus membros e buscar um melhoramento constante da qualidade de vida dos habitantes da região andina.
A CAN teve sua origem ligada à ALALC, a Associação Latino-Americana de Livre Comércio, criada em 1960, como uma das primeiras tentativas de integração comercial na América Latina. Buscou então uma maior proteção para os países mais frágeis, tentou com sucesso aumentar o comércio intrarregional, realizou a adoção de uma TEC (Tarifa Externa Comum) e incorporou temas sociais na agenda da organização.
O nome do Bloco foi alterado para Comunidade Andina em 1996, com o Protocolo de Trujillo. Não apenas o nome do bloco foi alterado como também algumas mudanças institucionais foram feitas, configurando o aparato administrativo da organização. Foram estabelecidas as instituições do Sistema Andino de Integração (SAI), composto pelos seguintes órgãos administrativos: o Conselho Presidencial (órgão máximo do bloco), Conselho de Ministros de Relações Exteriores, Comissão, Parlamento Andino, Tribunal de Justiça, Secretaria geral, Fundo Latino Americano de Reservas e Universidade Simón Bolívar.
A CAN promoveu de fato um aumento relativo das exportações intrabloco, mesmo enfrentando inúmeros desafios através de sua história, como o descumprimento de normas por parte dos países membros, a falta de coordenação econômica, problemas ligados a supranacionalização das normas, a falta de coesão na política externa comum e algumas divisões internas ideológicas. As divisões internas levaram, por exemplo, à saída do Chile do bloco em 1976 e da Venezuela em 2006. Hoje o bloco é composto pela Bolívia, Equador, Colômbia e Peru, e as nações associadas são Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, sendo o México e o Panamá países observadores do bloco. Os maiores desafios enfrentados atualmente estão ligados ao aprofundamento da integração, a promoção do desenvolvimento, ao fortalecimento das democracias e ao planejamento das relações com as economias desenvolvidas.

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Observatório de Regionalismo

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