A Corporação Andina de Fomento (CAF), atualmente Banco de Desenvolvimento da América Latina, é uma instituição financeira multilateral que tem como origem a Comunidade Andina de Nações. A organização foi fundada em 1968, e iniciou suas operações em 1970.O objetivo era vencer as adversidades econômicas provenientes da Associação Latino Americana de Livre Comércio (ALALC), e deste modo, foi criada no Acordo de Cartagena, em 1969.
Todavia, o princípio da Corporação ocorreu anos antes, quando em meados de 1960, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru estudaram sobre como fomentar a integração regional andina. Em 1966 foi assinada a Declaração de Bogotá que definiu uma comissão mista responsável por dar continuidade nas discussões e que foi responsável por desenhar o esboço do que viria a se tornar a organização. Nos anos seguintes foram definidas as bases estruturais da CAF sendo um banco múltiplo para desenvolvimento da integração andina. E finalmente no ano seguinte à sua institucionalização, a organização financeira entrou em funcionamento. Estabeleceu sua sede em Caracas na Venezuela apenas em 1973, quando o país passou a integrar o grupo.
Os primeiros investimentos da CAF foram destinados aos países menos favorecidos do grupo através de: i. criação de armazéns de arroz na Bolívia; ii. desenvolvimento de um complexo industrial para processamento de atum no Equador; iii. construção de uma ponte para facilitar a conexão Colômbia-Venezuela. Em meados de 1980, após o fracasso da industrialização substitutiva, a CAF adotou uma nova estratégia que ao longo dos 25 anos se sucedeu em três frentes principais: i. apoio financeiro em projetos de infraestrutura; ii. abertura para novas adesões, inclusive do setor privado; iii. inserção nos mercados internacionais. Dentre as principais movimentações dos Estados-membros no período, cita-se especialmente a entrada do México, em 1990, e a saída para posterior retorno do Chile, em 1992. Ainda em 1993, a instituição tornou-se emissora regular e valorizada para títulos de capital com médio e longo prazo, sendo reconhecida até hoje.
Em 2006, após Colômbia, Equador e Peru assinarem acordos de livre comércio bilaterais com os Estados Unidos, Hugo Chávez anunciou a saída da Venezuela da Comunidade Andina. Por ser o país que sediava a CAF, após sua saída o órgão mudou de nome e função tornando-se o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Este fator aumentou a aproximação com outros países, possibilitando a subscrição de Brasil, Argentina, Paraguai, Panamá e Uruguai como países acionistas, após 2007. Em seguida, outros países passaram a fazer parte, bem como bancos privados que também têm voto e voz no Conselho de Administração da instituição. Ainda assim, Bolívia e Equador continuam sendo os principais beneficiários, recebendo cerca de US $20 bilhões após o ano de 2000.
Segundo as disposições do Convênio Constitutivo, a CAF tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentável e a integração regional, por meio da prestação de múltiplos serviços financeiros e contribuições de conhecimento aos clientes dos setores público e privado de seus Países Acionistas. O banco ampliou sua presença no cenário internacional de tal modo, que foi responsável por aprovar operações de crédito no valor de 13 bilhões de dólares, em 2019.
A CAF atualmente é composta por 19 países acionistas – Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela – e 14 bancos privados. Sua sede segue sendo em Caracas, mas o banco mantém escritórios de representação nas capitais dos principais países acionistas. A sua organização interna é constituída principalmente por uma Assembleia, um Diretório, uma Presidência Executiva e o Secretário Geral. Por fim, a CAF pretende tornar-se o banco verde da América Latina e Caribe. Nesse sentido, a instituição se comprometeu, durante a COP 26 Glasgow, em destinar 40% de seus financiamentos para o crescimento verde até 2026.

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Observatório de Regionalismo

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